28.7.16

Iliteracial ambiental e falta de civismo: Quo Vadis?!


Felizmente que estamos perante uma excepção à regra, mas mesmo assim importa focar esta problemática, de forma a mitigar o que eu denomino como uma perda de competências no domínio do bom senso e da cidadania.
Há umas semanas atrás, quando abordei e partilhei num grupo do facebook o resultado de uma das minhas denúncias, surgiu um comentário que ilustra bem a gravidade da perda de competências no domínio da compreensão do território e dos seus valores e uma notória falta de sentido crítico perante os factos.
O comentário dizia "realmente nesse sítio tinha uma fauna exemplar, por favor procurem o que fazer, tanto mato para roçar e nada, enfim". Este comentário é bem a prova da iliteracia cultural que ainda vamos vendo pela região de Sicó e por esse país fora. Depois de uma denúncia sobre várias ilegalidades (3), surge um comentário que, imagine-se, apoia essas ilegalidades e que, quiçá, pretende dar lições de moral a quem defende a legalidade e pugna pelo bem público.
Não conheço a senhora que fez este comentário, mas fico com a ideia que conhece o visado da denúncia. Conheço agora apenas a escassa literacia ambiental da senhora em causa, ficando eu com sérias dúvidas se a mesma saberá o real significado de fauna, flora, Reserva Ecológica Nacional, ecossistemas, etc, etc. Pelo comentário da mesma, tenho sérias reservas, pois parece que confunde a fauna (animais) com flora (vegetação).
Curiosamente este tipo de comentários, tristemente infelizes, dá apenas mais razão e sustentação à minha posição, a qual privilegia a educação ambiental e cívica. Esta é uma das muitas razões que justificam o meu trabalho aqui no azinheiragate, o papel de educador. Mas para isso preciso de cada um de vós, pois só tendo pessoas para partilhar o conhecimento poderei ter sucesso no passar da mensagem e, assim, termos todos uma noção do que está em causa. A nossa maior riqueza é o nosso território, Sicó, que é a nossa casa. Se não cuidarmos dela, ficaremos em maus lençóis. Se cada um partilhar o seu conhecimento, seja ele qual for, todos ficaremos mais ricos e sairemos todos a ganhar.

23.7.16

A caça fotográfica que dá bailinho aos pokémons...


Dos milhares de fotografias que tenho sobre a região de Sicó, há algumas que ficam na memória. Sicó é um território extraordinário, onde, por vezes, os extremos se encontram. É neste encontro que muitas vezes consigo fazer registos fotográficos que merecem ficar para a posterioridade. Diria até que, destes, há alguns registos que são uma delícia para, entre outros, geógrafos, pois são elementos fundamentais para "vestir" as suas pesquisas, neste caso relacionadas com a geografia humana.
Nunca me considerei fotógrafo, considero-me como alguém que gosta bastante de fotografia e que não tem muita paciência para ajustes nas máquinas fotográficas. Para mim, e na maior parte das vezes, importa sim fazer um registo fotográfico que preserve momentos ou cenários que um dia serão parte da história.
Esta imagem é uma delas. O local posso apenas dizer que se situa num lugar de Soure, obviamente na abrangência do Maciço de Sicó, alvo fundamental deste blogue. Passando por ali, deparamo-nos com este cenário bem caricato. É um cenário de contrastes e que merece aqui destaque. Só faltava ali um ou dois velhotes para ser uma fotografia digna de um livro ou artigo científico.
É uma fotografia excelente para pensar, entre outros, o que queremos da região de Sicó. Importa parar e pensar de onde vimos, onde estamos e o que queremos fazer deste belo e extraordinário território.
Agora desafio-vos a, em vez de andarem à caça de gambuzinos/pokémons, partirem à caça fotográfica deste belo território, mesmo que apenas com o vosso telemóvel. O património é real e um legado, ao contrário de coisas supérfluas que simplesmente duplicam o valor em bolsa das empresas que estão por detrás delas...

18.7.16

O dinheiro manda mais do que o ordenamento do território?



Sim, manda, é um triste facto. O dinheiro manda mais do que o ordenamento do território, esta é a triste realidade também na região de Sicó.
Há 1 ano denunciei um caso de violação do Plano Director Municipal de Ansião e de violação da Rede Natura 2000, algo de duplamente grave no domínio do ordenamento do território. Há poucas semanas deparei-me com algo que, diga-se, era mais do que expectável.
Mas passemos aos factos. Em 2015, e num terreno adjacente à zona industrial do Camporês, o qual era Reserva Ecológica Nacional e RN2000, foi alvo de uma obra ilegal, feita à revelia das mais elementares regras, legalmente instituídas. A determinado momento, e após denúncias (parece que foram pelo menos duas denúncias), a obra parou.
Nesse momento, o dono da empresa em causa (Ferrus), Luis Santos, foi questionado pela imprensa regional (RL), à qual respondeu que aquela obra não era da responsabilidade da sua empresa e que era apenas arrendatária. Afirmou convictamente que era da responsabilidade de uma outra empresa, a Santgm Investimentos. Esqueceu-se de dizer um pormenor curioso, o facto de que era sócio da Santgm Investimentos. Será que o Sr. Luis Santos não sabe que hoje em dia informação comprometedora, em termos éticos e morais, está ao alcance de um clique? O mesmo Sr. Luis Santos afirmou que não sabia que a ampliação se situava em área de RN2000 e que houve um erro técnico no projecto. Pergunto eu ao Sr. Luis Santos, sabe qual é o papel de um gestor? Sabe o que se chama a isto? Eu denomino isto como incompetência pura e dura. Diga o que disser, e sendo eu profundo conhecedor desta matéria, deixei de acreditar no pai natal há muitos anos, portanto essa do "não sabia" comigo não cola.
Mas o caso não ficou por aqui, pois o autarca local, Rui Rocha, em vez de pugnar pelo ordenamento do território, fez precisamente o contrário, ou seja defendeu o prevaricador (que falta ao dever), favorecendo o interesse económico e privado, algo que lamento profundamente. Diga-se de passagem, já é habitual por parte deste autarca e já denunciei outros casos similares.
Em Ansião, e não só, quem tem poder económico e poder político consegue atropelar muitas das regras que têm como intuito garantir o bem comum, é a nossa triste sina. Quem não tem poder económico nem poder político, fica apenas com o poder dos factos e contra factos...
Há um ano, e na imprensa regional (RL), eu disse que seria mais um caso de facto consumado, pois, e na minha opinião, esta obra teve esse mesmo intuito. Passado um ano, o facto consumado  está à vista e tudo com o apoio de quem mais deveria pugnar pelo ordenamento do território e pelas regras às quais está comprometivo enquanto autarca, ou seja o Sr. Rui Rocha, que, na minha opinião de geógrafo, não está, de todo, à altura neste domínio. E é pena que assim seja...

13.7.16

Será que é preciso uma tragédia para abrirem os olhos?!


É uma imagem que eu considero bem ilustrativa da falta de ordenamento florestal na região de Sicó. É um local que conheço bem e que já cruzei centenas de vezes. Nos últimos 11 anos nada mudou, apenas se manteve a vontade do lóbi do eucalipto, já que cada metro de eucaliptal conta para a engorda do tipo foie gras.
As entidades públicas conhecem esta e outras situações. As Associações Florestais seguem-lhe o exemplo. Prefere-se olhar para o lado e assobiar, como se não fosse nada. Até ao dia...
O que vocês vêm na foto é precisamente o que não deveria acontecer. Será que é preciso morrer algum bombeiro ou popular naquele local para que a situação seja corrigida? Será que é mais importante não chatear os donos dos terrenos do que, mesmo compulsivamente, pegar na motosserra e criar a necessária faixa de protecção? E as ZIF´s, para que servem?! 
São ratoeiras como aquela que têm deixado um rasto de tragédias em Portugal, onde se inclui a região de Sicó. É o lóbi do eucalipto, associado à fome de dinheiro fácil, que tem contribuido para estas mesmas tragédias. É a política da treta que tem dado cobertura a situações como esta.
Muitos falam, mas raros são os consequentes. Muitos falam, mas poucos sujam as mãos. Muitos falam, mas muito poucos são os que tristemente arriscam a vida em vão, há que dizê-lo com frontalidade. Não há eucaliptos que compensem a perda de uma vida. Para bom entendedor...


9.7.16

Um momento daqueles especiais...


Apesar de ser um local que conheço como a palma das mãos, aconteceu algo de muito especial naquele local. Ia a caminhar no passeio ali ao lado quando, de repente, algo prendeu a minha atenção. Eram várias andorinhas que pousavam naquela poça, pensando eu, assim de repente, que seria para matarem a sede. Enganei-me, já que afinal bastaram poucos segundos para perceber que o que as andorinhas queriam era o belo do barro/lama para construirem os seus ninhos. Foi um momento de observação simplesmente fabuloso, mesmo para mim, que estou habituado a este tipo de momentos.
Imaginei-me logo a dar uma breve aula de educação ambiental a um grupo de miúdos, pois os graúdos não costumam ter paciência para estes "pormenores". Facto curioso foi que este momento especial foi em meio urbano. Nem sempre precisamos de sair da urbe para ver o mundo natural, muitas vezes basta apenas estar com atenção aquilo que nos rodeia
Curiosamente foi a escassos metros dali que em 2015 tive de avisar um amigo que destruir os ninhos de andorinhas em nidificação é proibido e dá multa, já que o tinha apanhado a destruir ninhos precisamente na época de nidificação das nossas amigas e mensageiras, as andorinhas.
Mensagens à parte, fica o desafio para miúdos e graúdos, quando sairem de casa, estejam atentos a tudo aquilo que vos rodeia. Depois de focarem a vossa atenção nos "pormenores", vão ver que o mundo é belo e surpreendente...

5.7.16

Festas populares ao mais alto nível!


As festas populares fazem parte do ADN da região de Sicó. Estes meses são pródigos em festas, é só escolher e ir. Sozinhos ou com amigos, o importante é ir e divertir! Esta é uma das minhas sugestões. com um cartaz típico, sem "acordo" ortográfico (obviamente!), e muita diversão garantida, pois o pessoal esforça-se por organizar uma festa em condições. E reparem que até uma corrida de carros de rolamentos tem. Querem melhor?!


E há também a bela da caminhada...