18.5.12

Será que andar de bicicleta é para os pobres?!



É um tema sobre o qual gosto de sobremaneira falar, já que desde há muitos anos faço questão de assumir que a bicicleta é o meu principal meio de transporte, e com todo o gosto! Nunca liguei aos estereótipos que ainda teimam em minar este meio de transporte também na região de Sicó, estereótipos que fazem com que muitas pessoas se sintam mal (no ego...) quando pensam na possibilidade de se sentarem no selim de uma bicicleta e ir para o trabalho. Falo claro da típica e retrógada mentalidade de que só quem anda de pópó é que é gente, mesmo que esse pópó demore anos a ser pago às prestações. Isto costuma vir dos lados daqueles que eu chamo de polidores de passeio de esquina de café.
Não sou daqueles que descobriram a bicicleta há meia dúzia de anos e agora se fazem de "salvadores da pátria" neste domínio, por isso estou bem à vontade para falar desta questão. Para que não fique qualquer dúvida, não estou a fazer nenhum trocadilho com as fotografias em destaque. Quem sabe minimamente da coisa sabe bem o que pretendo dizer em meias palavras.
Nos últimos anos, e mesmo tendo em conta este panorama, as coisas têm mudado na região de Sicó e mesmo nos arredores. Destaco obviamente aqui o surgimento da e-ginga, a bicicleta de utilização partilhada de Ansião, caso único em Sicó (não incluo aqui casos próximos de Sicó). Já aqui tinha feito referência à e-ginga, mas agora que estou a fazer algo dedicado especificamente à "bina", nada melhor do que salientar devidamente esta boa notícia.
No entanto há aqui algumas questões pendentes a tratar. Há coisa de uns 5 anos, questionei um dos elementos do executivo local sobre a possibilidade de se promover à instalação daqueles simples espaços de estacionamento para bicicleta, mais concretamente nas sedes de freguesia. Na altura foi-me dito que só se fosse nas escolas... Os anos passaram e as coisas genericamente estão iguais, só mudou mesmo na questão da e-ginga. O parque de bicicletas concelhio aumentou, mas nada foi feito para reforçar o apoio ao mesmo, como por exemplo a instalação de locais de estacionamento próprio (os únicos que têm são curiosamente os Bombeiros Voluntários de Ansião, algo que aqui já dei conta).
Infelizmente ainda é perigoso andar de bicicleta, já que os pópós teimam em não respeitar os ciclistas e é o chega para lá... Na década de 90 tive a infelicidade de ser vítima de um destes pópós com pressa, daí a maior sensibilidade nesta questão. Ainda hoje é comum haver gente que pensa que o pópó é que manda e não se fala mais nisso, mentalidade que faço questão em combater, no bom sentido, claro.
Faltam as ciclovias, ou então marcações e sinais na estrada que salvaguardem os ciclistas, coisa que já vi em muitos países. Não é preciso gastar mihões para ter algo de pleno, efectivo e prático no domínio das ciclovias. Não vou abordar neste momento a nova ciclovia da cidade de Pombal, apenas o farei quando for experimentar a mesma, já que quando falo é com conhecimento de causa e não com base no que fulano X ou Y dizem.
Quase para finalizar, e enquanto breve apontamento sobre o estacionamento das e-gingas no fundo da rua, em Ansião, noto claramente que este local foi mal escolhido, pois no verão as bicicletas estão todo o dia a torrar ao sol, o que obviamente diminui o tempo de vida das mesmas. Uma cobertura não seria má ideia...
Para finalizar, fica o desafio de resgatarem as vossas bicicletas da garagem! Para aqueles que ainda não têm uma, sugiro uma visita à única fábrica de bicicletas portuguesas, a escassas dezenas de km de Sicó, irão ver que há preços para todos os gostos e carteiras e que há preços bem em conta! O que é nacional é bom!



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