29.10.11

O nosso desprezo pela região de Sicó


Por mais que tentemos negar, muitos de nós desprezamos a nossa região, é um facto. Este mesmo desprezo passa, também, por não aproveitarmos os recursos que temos, nomeadamente a paisagem cultural de Sicó.
Há meses atrás, falei sobre a temática dos pseudo-miradouros que temos nesta região, complementando agora com outros factos que considero pertinentes.
Nas minhas voltas aqui pela região, volto regularmente a muitos lugares, de certo modo a monitorizar alguns pormenores que me interessam. Um dos pormenores passa por algo muito simples, ver como tratamos aquilo que temos, em termos de infraestruturas. Muitas vezes queixamo-nos que falta muita coisa, mas, por outro lado, destruímos ou degradamos o que já temos. Lembro-vos que a passividade também ajuda a degradar aquilo que temos, portanto nada de sacudir a água do capote.
Falo concretamente de alguns espaços de lazer, caso do existente na Melriça. Falo especificamente deste espaço, porque é um lugar que aprecio bastante. Há outros espaços iguais, caso do Outeiro e o da Serra do Mouro.
Ao lado do miradouro da Melriça, existe um espaço de lazer bem interessante, no entanto as pessoas não o utilizam como deveriam/poderiam, chegando ao cúmulo de vandalizar. Há vários motivos para isto, no entanto eu destaco dois, o natural desinteresse da maioria de nós, e a mania que temos de ficar em casa (à frente da televisão ou do computador) ou no café. No Verão a queixa que mais oiço é que está calor, e no Inverno dizem que está frio. É realmente curioso como é que temos uma região e um país com um clima bastante interessante, que permite desfrutar enormemente da Natureza, e depois não aproveitamos isso mesmo.
Se eu fosse a pessoa mais rica do mundo, uma das coisas que iria concerteza fazer, seria a de oferecer uma viagem a muitas pessoas, pois esta seria uma excelente forma de alargar os horizontes de muitas pessoas. É precisamente isto que falta na região de Sicó, o alargar os horizontes, pois só assim poderemos ver que afinal temos uma região fantástica e que a andamos a desprezar há muitos anos. Pensem nisto...

24.10.11

Azinheiragate desafia-vos a participar na iniciativa Quartel Electrão


É isso mesmo, um desafio a todos vós, o qual peço que levem muito a sério e que, na medida do possível, façam tudo para envolver o maior número de pessoas. As informações estão todas no site acima referenciado, no entanto passo a descrever, de uma forma genérica, a iniciativa Quartel Electrão,a qual representa então o desafio que vos proponho.
Imaginem que há centenas de pessoas que têm lá em casa, esquecidos a um canto, um frigorífico, uma arca frigorífica, ou outros electrodomésticos, os quais já não funcionam e representam um estorvo. Imaginem que as pessoas os querem deitar fora, mas sem poluir. Imaginem agora que podem entregar, até Dezembro, estes electrodomésticos velhos no quartel de bombeiros mais próximo. Imaginem algo melhor, que tudo o que já não vos serve e já não funciona, pode representar um donativo aos bombeiros voluntários, quiçá uma ambulância!
O desafio que vos proponho é simples, o de entregar todos esses electrodomésticos velhos, não esquecendo de passar a palavra por todos os vossos conhecidos, já que boa parte deles sabe quem tem lá em casa ou num barracão, o velhinho electrodoméstico, facto que pode ajudar significativamente os bombeiros voluntários. E caso não tenham a possibilidade de entregar, é simples, telefonam que alguém irá a vossa casa buscar os velhinhos electrodomésticos.
Este é um dos melhores exemplos de como a questão ambiental pode ajudar a questão social, já que afinal os bombeiros voluntários são um dos pilares da nossa sociedade.
Esta iniciativa não está presente em todo o Portugal continental, nem mesmo em todas as corporações de bombeiros voluntários, portanto nada melhor do que tentarem saber se a corporação de bombeiros mais próxima aderiu a esta iniciativa exemplar.
Os bombeiros voluntários de Ansião aderiram a esta iniciativa, por isso desafio todos aqueles que possam, a entregar os seus electrodomésticos no quartel dos bombeiros voluntários de Ansião. Caso não seja esse o vosso caso, entreguem onde vos seja possível. Lembrem-se que é importantíssimo que falem desta iniciativa a todos o/as vosso/as conhecido/as.
Apesar de muitos de vós não poderem dar um donativo, em dinheiro, às nossas corporações de bombeiros, poderão concerteza dar aquele poeirento electrodoméstico que jaze a um canto lá em casa, o qual reverterá como um donativo. Quantos mais melhor, lembrem-se disso!

19.10.11

Percurso pedestre "Megalapiás": a verdade da mentira


Foi no último fim de semana que finalmente tive a oportunidade de me deslocar a Alvaiázere, de modo a fazer uma primeira avaliação de algo que afinal também me diz respeito, já que passou-se algo que mostra bem a falta de ética que se cultiva em Alvaiázere.
Passando directamente ao assunto, foi no mês passado que vi anunciado pomposamente a inauguração de um percurso pedestre, denomidado por "Percurso dos Megalapiás", curiosamente um percurso que não está homologado, porque será?
Chegado ao local onde se pode observar o painel que vêm na primeira foto, fiquei logo chocado com tamanha irresponsabilidade, pois este mesmo painel foi colocado na berma da estrada, expondo assim as pessoas a um perigo bem real.
Depois disto, comecei a analisar os conteúdos do painel, os quais me mostraram que foi feito um esforço notável na utilização de parte dos conteúdos da minha tese de mestrado (2008). Isto até poderia ser bom, já que estes mesmos conteúdos foram elaborados de modo a que quer a Câmara Municipal de Alvaiázere, quer a Câmara Municipal de Ansião, tivessem ao seu dispor, de forma gratuita, material como este, ou seja vários percursos pedestres (entre outras ideias, concretizadas ou não). No entanto o bom tornou-se mau, já que os conteúdos que desenvolvi foram manipulados de forma ética e moralmente reprovável, e logo sem ter sida feita qualquer referência aos mesmos, ou seja sem ser feita a obrigatória citação bibliográfica. Tudo isto aconteceu, na minha humilde opinião, porque Paulo Tito Morgado terá dado indicações para isso mesmo (ainda o ressabiamento?!), já que este não suporta ver nada que me esteja associado, mesmo que seja trabalho válido e reconhecido por quem de direito. É lamentável continuar a ver esta postura arrogante por parte de um autarca tão polémico. Na óptica deste autarca, o que é bom só pode partir dele mesmo e quem critica é apenas impedidor do desenvolvimento, como se este autarca soubesse o que é verdadeiramente desenvolvimento. É assim que as coisas funcionam por Alvaiázere...


Nesta ânsia de protagonismo, a coisa correu mal para os lados de Tito Morgado, já que o que foi feito é mau de mais para acreditar. Pegou-se em três dos percursos que eu elaborei em 2008, fez-se uma pseudo-fusão, a qual teve obviamente de se tentar descolar do meu trabalho, e evitou-se de qualquer forma utilizar as minhas palavras, mesmo que eu tivesse todo o prazer nisso. Ao invés, utilizou-se linguagem para descolar, linguagem errada do ponto de vista técnico, fez-se uma tradução anedótica de alguns termos técnicos e ainda se tomou a decisão errónea de fazer passar parte de um percurso por um lugar que deveria estar bem protegido. Isto já para não falar que parte significativa do percurso utiliza uma estrada alcatroada, mostrando uma notável falta de originalidade e irresponsabilidade, já que coloca os potenciais vissitantes ao real perigo de serem atropelados.


É realmente curioso como é que tentando fugir a todo o custo às minhas palavras, depois se esquece momentaneamente disto mesmo e se utiliza posteriormente algumas palavras minhas, não sendo sequer preciso estar muito atento para ver isso mesmo. É triste que, como de direito, não esteja referenciada a bibliografia na qual se baseou este, agora, mau exemplo de um percurso pedestre. Pegou-se num termo vistoso, como é o caso dos megalapiás, para tentar chamar a atenção sobre o mesmo. É curioso, já que o percurso pedestre no qual eu mais investi (Megalapiás da Mata de Baixo), e que até fiz um lançamento virtual em 2009, tendo feito um painel e uma brochura, foi aquele em que pegaram para esboçar o "Percurso dos Megalapiás".
Curiosamente os megalapiás são apenas um dos muitos pontos de interesse, não justificando minimamente o nome do percurso pedestre, já que afinal são vários os pontos de interesse e não um só. Não foram também referenciados alguns pontos de interesse, na minha opinião, porque estão intrínsecamente ligados à minha pessoa, não é assim caro Tito Morgado? Obviamente que quem não conhece não poderá compreender isto na sua plenitude, no entanto estou disponível para todos os esclarecimentos. Uma outra solução é consultar a versão online do meu trabalho de investigação, onde consta esta e outras mais informações.
Quem conhece irá ficar bastante intrigado com o facto da bibliografia base, que deu origem a este percurso pedestre, ter sido ostracizada, mas a seu tempo todos vão saber desta lamentável situação.


Fica assim devidamente referenciado um exemplo de como as coisas não se devem fazer, no domínio dos percursos pedestres. Já imagino o autarca local a pensar formas de abafar mais esta lamentável situação, uma das formas de o fazer é mantendo-se no silêncio, coisa que obviamente não irá resultar. Especialmente nos últimos 2 anos, este autarca tem seguido uma linha de silêncio, conjuntamente com campanhas de greenwash, já que é a únca forma de tentar fugir ao debate e ao diálogo, mas felizmente que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. Perde a região de Sicó, perde a Câmara Municipal de Alvaiázere (que é uma entidade pública, e não se pode confundir com o cidadão Paulo Tito Delgado Morgado) e perdem quer os cidadãos da região, quer os visitantes.
É a triste sina da região de Sicó, quando há boas hipóteses de fazer algo de muito positivo, faz-se algo como o "Percurso dos Megalapiás", um caso de estudo no domínio de más práticas associadas aos percursos pedestres. A denúncia dos factos está feita e o alerta dado, resta agora quem por lá passar constatar os factos no terreno...

16.10.11

O regresso às leituras

De volta aos livros, regresso com duas aquisições fresquinhas. A primeira sugestão de leitura, é para toda e qualquer pessoa que queira perceber como infelizmente funcionam as coisas no domínio do betão e afins. Já a segunda sugestão, é para quem já está mais por dentro do assunto, no entanto penso que será do interesse de todo/as, especialistas ou não.
Penso que o primeiro livro será uma excelente leitura especialmente para os lados de Alvaiázere e Pombal, (mas não só), já que a especulação imobiliária (e não só) são apostas recentes e tradicionais, nestes concelhos, respectivamente. Importa ao cidadão perceber o que se passa nas suas "barbas", pois é o seu futuro que está eu causa.
É por estas e por outras que certas "pessoas" andam a retirar carga horária de geografia (e história também...) dos currículos escolares. Manipular os cidadãos torna-se ainda mais fácil quando se retira peso a disciplinas tão importantes como são o caso de geografia e de história, pois desta forma ninguém se vai lembrar quando é que os corruptos fizeram asneira em determinado território. Para um corrupto isto é notável, já que assim ninguém se vai lembrar que fulano corrupto fez negócio pouco claro (história) num determinado local (geografia).
Denunciar esta gente corrupta que nos desgoverna é a chave para a crise, e o primeiro passo passa pela informação útil, alguma dela está bem presente nestes dois livros...



11.10.11

Sicó: que futuro?


Pode parecer um título oportunista, que aproveita esta era de crise, mas desenganem-se, já que é o título de um texto que tem um intuito de fazer-vos reflectir. Esta reflexão pode ser feita pela gente de Sicó, como é o meu caso, ou por todos aqueles que não vivem ou viveram na região de Sicó, já que a reflexão é profunda e transversal a toda uma sociedade.
Neste momento surge na mente de alguns o porquê desta minha reflexão, algo de natural de se questionarem. A razão é simples, é que para mim é um bom momento para isso, já que estive ausente do país uns "belos" 6 meses e meio e como muitos sabem, as viagens são uma boa escola de vida, ainda mais viagens com duração prolongada.
Se nunca tinha viajado? Sim, já tinha, mas apenas comecei há 6 anos e, até agora, nunca estive ausente mais do que 3 semanas seguidas. Aprendi em todas as viagens que fiz até agora, nos 15 países que efectivamente conheço uns mais do que outros. Foram culturas diferenciadas que me enriqueceram enquanto cidadão e  enquanto geógrafo, é essa a beleza das viagens, o contacto com a diversidade! E não, não foram viagens de férias, mas sim relacionadas com a profissão de geógrafo. Apenas a Noruega, a primeira viagem, foi de férias, tudo o resto foi mesmo relacionado com a bela profissão de geógrafo, tendo eu trabalhado para isso mesmo, não foi por sorte.
Nesta primeira viagem, há duas coisas que destaco, a primeira era de que,antes de embarcar, pensei que iria "deixar de gostar" tanto do meu país, mas felizmente que me enganei. A segunda foi de que, já no regresso, e ainda dentro do avião, apercebi-me que estava a chegar a Portugal quando vi lá do alto um incêndio...
Depois desta primeira viagem os meus horizontes alargaram-se de sobremaneira, começando eu a valorizar o extraordinário país e cultura que temos, e afastando-me de uma imagem que me era passada por gentalha que tinha condicionado fortemente a minha capacidade de ver e sentir as coisas num país que eu pensava pequeno.
Já por várias vezes partilhei aqui muito do que assimilei lá fora, o qual se reflecte na minha cada vez maior influência em prol do vasto património da região de Sicó. No entanto, esta minha última experiência, de 6 meses e meio, foi algo que me testou a todos os níveis e a uma escala que só mesmo quem já viveu fora, e regressou, poderá saber. Quem nunca viveu fora, por mais que tente, nunca conseguirá realmente sentir algo semelhante. Todos dizem que uma imagem vale mil palavras, no entanto eu digo que esta expressão não se aplica a uma palavra bem tuga, a saudade, pois esta palavra vale mais do que mil imagens.
E não, não estou a ser picuínhas ou lamechas, estes primeiros parágrafos são "apenas" para dar início a uma crítica bem forte a todos aqueles que se encostaram á sombra de uma bananeira nos últimos anos, facto que nos levou à situação actual.
Em primeiro lugar, a crise não é financeira, é sim uma imensa crise de valores, onde se mandou às urtigas os valores essenciais, tudo para valorizar o supérfluo. É certo que há uns que têm mais culpa de outros, mas mesmo os que têm menos culpa, esses não votaram cegamente naqueles que nos têm expoliado das nossas maiores riquezas? Quem foi que lá meteu esta gentalha corrupta que nos tem desgovernado e governado muito bem os seus interesses pessoais? Desde presidentes da câmara até a deputados, primeiros ministros e presidentes da república, quem os meteu lá? Pois foi...
Temos a mania de sacudir a água do capote, mas agora não há muito por onde fugir. Mesmo aqueles que cobardemente se metiam no seu cantinho, fugindo aos seus deveres de cidadania, esses vão ter de aguentar. Estes últimos, conheço alguns, muitas vezes diziam-me que não era nada com elas, que se ficassem no seu cantinho, tudo ia correr bem, no entanto desenganaram-se, pois uma sociedade justa e sábia só o é quando todos participam em algo que diz respeito a todos.
Alguns podem dizer que estou a ser duro, mas não, estou apenas a ser realista, pois por mais que não o digam, sabem que assim o é.
Em vez de se defender valores, defende-se partidos políticos como se de clubes de futebol fossem. Em vez de se defender valores, defende-se algo que é apenas do interesse de grupos económicos predadores da nossa alma (país), que a vendem a quem melhor preço o comprar. Em vez de se defender, no bom sentido o país (fora de nacionalismos exacerbados), deixa-se o mesmo à deriva, comprando na sua grande maioria produtos estrangeiros em vez de portugueses. Mais caros? Errado, a forma de gerir as coisas é que é a errada, pois o que é nacional é barato, só é preciso é saber escolher e estar atento. A mania das aparências condiciona o comportamento da maioria de nós, e depois queixamo-nos de que as coisas estão más.
A título de exemplo, na década de 90 havia quem defendesse uma política de abate da frota pesqueira, de arranque de culturas várias, de plantio de culturas subsídiodependentes, e muito mais. Nos últimos tempos, essas mesmas "pessoas" aparecem, que nem messias, a dizer que a aposta deve ser no mar, na agricultura e tudo o mais. São vários os partidos políticos que embarcaram nesta onda, o que é triste e mostra que vai tudo dar ao mesmo, pois quem manda na política são mesmo os grupos económicos, cada vez mais externos...
A nossa atitude perante isto tem sido a da tolerância, o do compadrio, o do faz o que eu digo não faças o que eu faço, o da não denúncia da corrupção que nos corrói (nisso estou de consciência bem leve, pois eu denuncio a corrupção!) e noutras coisas mais. Dizemos que gostamos do país, mas temos quase vergonha de comprar o que é nosso, dizemos que os incêndios são uma praga, mas pouco mais fazemos do que olhar deliciados as notícias dos grandes fogos, ou então vamos até à área do incêndio ver o espectáculo e mandar uns bitaites aos bombeiros. E depois, quando o incendiário aparece ainda "temos" compaixão deles...
Dizemos que gostamos da nossa cultura, mas pouco ou nada fazemos para a manter, o que é bom é mesmo o que é de fora... Dizemos que manter muito do que é nosso fica caro, mas eu digo que o que é caro é a troika e o tolerar políticos corruptos e que vendem o país a interesses estrangeiros. Manter a nossa cultura não é um gasto, é sim uma honra e um investimento no futuro! Música estrangeira é que é boa, para muitos, fado, por exemplo é coisa chata...
Muitos portugueses não sabem dar valor ao que temos, as razões são várias e não vou aqui enunciá-las a todas, prefiro dizer apenas que a nossa passividade é uma coisa tramada.  
Esta péssima época em que vivemos irá prolongar-se, não haja ilusões, tudo porque em vez de nos guiarmos pela ética e por valores justos, guiamo-nos pelo dinheiro. Mas afinal o que é que nos alimenta, o dinheiro ou aquilo que retiramos da terra? O que retiramos da terra está acima de tudo, bem como a água que bebemos (que tristemente alguns têm privatizado...), é precisamente como a saúde, esta é a mais importante, sem ela não fazemos nada e com ela fazemos tudo. Invertemos as coisas e agora queixamo-nos que a coisa está má. Não sou demagógico, o dinheiro é preciso, mas em vez de ser um fim deverá voltar a ser um meio!
Eu luto contra esta inversão de coisas e sou uma pessoa perfeitamente normal como vós. É certo que pode custar caro, eu sei bem disso, pois esta minha luta já me custou, em tempos, o desemprego, mas é uma luta que vale a pena, pois é por algo de fundamental, o nosso futuro. Compro na sua grande maioria produtos portugueses, sejam produtos alimentares, têxteis, etc, é o que muitos deveriam fazer, no entanto, enganados, compram na sua maioria estrangeiro. No final do dia sentam-se no sofá a ver casas dos segredos e afins, expoente máximo da degradação humana a que estamos sujeitos.
Preocupa-me que as más decisões que temos tomado se vão reflectir ainda mais negativamente nas próximas décadas, com perda acentuada de soberania e quiçá da nossa própria identidade enquanto país.
Dentro desta tristeza, há apenas uma coisa que me anima, é que mesmo anestesiados e amordaçados, poderemos, eventualmente, reverter tudo isto, bastanto acreditar no futuro melhor, o qual só se poderá efectivar se deixarmos de ser passivos e começarmos a ser activos em prol de um país que é grande, acreditem.
Por mais que os fiordes da Noruega, os alpes suiços, as grutas da Eslovénia, e muitos outros mais me tenham marcado, nada me marca mais do que o meu país, da minha cultura, dos meus amigos e de tudo aquilo que ainda faz com que Portugal seja um país mesmo especial. Dêm valor ao que ainda temos, pois depois de perdido, o arrependimento não valerá de nada.
Não temos recursos? Redondamente enganados meus caros, isso é o que vos têm feito crer...
Estou felicíssimo por estar de volta a Portugal, isso é certo. Passei por uma má experiência nos últimos tempos, mas isso é passado, o futuro é agora e há que trabalhar em prol dele.
O azinheiragate, esse continuará, para alegria de muitos e desespero de alguns. Irei refinar o azinheiragate, investindo ainda mais no nosso património, na nossa cultura, no lar que é a Natureza, enfim, em tudo aquilo que nos possibilita ter uma identidade muito própria e que inveja muitos povos. A aprendizagem, essa continuará igualmente, já que a partilha de conhecimento tem feito com que eu aprenda também com todos aqueles que têm interagido com o azinheiragate, algo que faz de mim uma pessoa melhor e que por isso mesmo agradeço, pois estamos a aprender desde que nascemos até ao momento que morremos.
Irei investir mais tempo em algumas incursões específicas na região de Sicó, pois só assim poderei fazer chegar a todos vós muita da riqueza desta região. Sozinho ou com os muitos amigos que tenho, e que partilham e ajudam no divulgar da região de Sicó, estarei por aqui em defesa da região de Sicó.
Irei continuar a ser incisivo na luta contra a corrupção que tem desvirtuado uma região fantástica, como é a região de Sicó, por isso, e para aqueles corruptos quer sei que vão acompanhando o azinheiragate, digo que o vosso livro de cheques não me compra por nenhum dinheiro deste mundo, e as vossas ameaças, directas ou indirectas, não me metem medo.
Para finalizar este meu comentário, que representa formalmente o meu regresso às "hostilidades", sei que as coisas estão diferentes em alguns locais específicos da região de Sicó, daí que nas próximas semanas alguns dos comentários possam ser relativos a estas transformações, as quais podem ser para melhor ou para pior. Estarei bastante atento nomeadamente á questão da perda de identidade regional que tem assolado a região de Sicó, mas cada coisa a seu tempo...
O caminho para a região de Sicó é simples, mas decisões firmes têm de ser tomadas, resta saber se querem continuar a ouvir os mesmos de sempre ou ouvir o património que se está a perder e que pode mesmo ser a saída que precisamos para um futuro melhor. A decisão é vossa, no entanto a minha decisão já está tomada há muito tempo. O azinheiragate serve para isso mesmo, partilhar o património que por ali existe e que infelizmente tem sido francamente menosprezado. Espero que a "crise" ao menos reeduque muitos que precisam de ter umas lições de vida, pena é que muitos outros inocentes paguem bem caro esta crise. Muito poderia ter sido evitado...