22.7.11

O Castelo de Pombal: a chegada ao topo da colina


Como tinha referido há poucas semanas atrás, volto então à questão das obras em redor do Castelo de Pombal. Não é por acaso que o faço, pois pretendo acima de tudo aproveitar a época do Bodo para  reavivar novamente a discussão desta questão tão cara a Pombal e à própria região de Sicó. Este ano infelizmente não poderei ir ao Bodo, sendo a primeira ausência em 12 anos, já que desde 1999 nunca falhei um, isto devido à bela da corrida que percorre Pombal (antes meia-maratona, agora corrida do Bodo).
O Bodo é uma época muito boa para dar mais visibilidade a esta questão, por mais que incomode certas e determinadas pessoas, daí este meu "oportunismo". Espero com isto que muitos pombalenses aproveitem o Bodo para subirem ao Castelo, de forma a se inteirarem daquilo que por lá se passa, já que é comum muitos de nós não conhecermos tão bem o que pensamos conhecer, mesmo que esteja logo ali ao lado. Isto, já para não falar das muitas pessoas que visitam a cidade durante as festas, pois espero que algumas destas também tenham a curiosidade de subir ao Castelo de Pombal.
Da primeira vez que falei sobre esta questão, comecei pela base da colina do Castelo, enquanto que já na segunda vez centrei na meia vertente. Desta vez venho então falar do que está lá bem em cima...
Lembro-me bem de, ainda na década de 80, ir visitar o Castelo de Pombal, altura em que o Castelo tinha um guarda que garantia alguma segurança por lá. Se a memória não me falha, ele utilizava uns óculos com graduação bem alta e, tinha apenas um dos braços, penso que devido a um acidente. Nessa altura ainda havia visitas, propriamente ditas, ao Castelo.
Anos mais tarde, o Castelo começou uma fase descendente, onde o abandono foi progressivamente tomando conta do mesmo. Com isto, a população foi-se afastando daquele importante monumento, mas não por culpa dela, a culpa foi em grande parte do autarca local, que nunca viu aquele lugar como algo verdadeiramente importante. Perdeu a cidade, o monumento, a população e perdeu a economia, pois aquele monumento, se bem potenciado, poderia render divisas. Para isso o Castelo de Pombal, bem como a sua envolvência, teriam de ser tratados com o respeito e geridos com sabedoria, no entanto nada disso aconteceu. 
O Castelo esteve esquecido, bem como a sua envolvência, a qual pouco de mais servia para fazer coisas menos próprias. Não poderia todo aquele espaço estar devidamente potenciado há muito tempo? Claro que poderia, mas onde não há sabedoria para aproveitar os recursos, não há milagres.
E numa altura em que chegaram finalmente as obras de requalificação, veio o esperado...
Analisando a primeira fotografia, claramente há ali qualquer coisa de errado, pois além de não se enquadrar em termos arquitectónicos, não respeita o espaço histórico. O betão, a pedra e o ferro ali colocados não respeitam o valor histórico e arquitectónico do lugar, não compreendo sequer como foi autorizada tal obra, especialmente se pensarmos que temos institutos públicos que deveriam preservar também o sector em redor do castelo.
Agora reparem na fotografia mais abaixo, será que aquele caixote se enquadra no lugar? A resposta é só uma, não. Fiquei negativamente surpreendido quando surgiu a notícia da abertura da cafetaria do castelo. Então, para valorizar a zona do castelo abre-se uma cafetaria? Então e as actividades culturais? Bastaria olhar para o Castelo de Leiria e ver a actividade cultural que por ali tem sido desenvolvida no último ano, mas no Castelo de Pombal pouco ou nada, abre-se sim uma cafetaria...
Enfim, podia dizer muito mais, mas, para já, deixo-vos a pensar sobre o assunto. Aproveitem o Bodo para ir até ao Castelo de Pombal, ver com os vossos próprios olhos e reflectir com a vossa cabeça. O património é para desfrutar, portanto há que aproveitar, já que temos muito património na região de Sicó!
Fica também a sugestão de participarem na corrida do Bodo, a saúde agradece e os pombalenses até gostam de ver o pessoal a correr. Enquanto desportista, sempre gostei da recepção dos pombalenses!
Por último, queria agradecer à pessoa que me facultou estas fotografias, as quais ajudaram a fundamentar melhor este comentário.

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