28.7.11

Burros, não há muitos!


Não posso dizer que seja do tempo em que o burro era ainda um meio de transporte e de trabalho, frequentemente utilizado, mas posso sim dizer que ainda sou do tempo em que tive o prazer de poder andar de burro, seja em cima dele ou sentado numa carroça. Nessa altura ainda era frequente ver-se pelas estradas da região de Sicó a bela carroça, puxada por um burrico, normalmente com um senhor de idade, ou então com um casal, também já de idade (que belas fotos dão!). Hoje em dia é raro ter esse prazer, sendo cada vez menos os burricos que por ali andam.
O motivo é o do costume, outros tempos, outros hábitos e vontades. É certo que os tempos são outros, mas será que o burro, enquanto património também da região de Sicó, não poderia ser potenciado e valorizado, em vez de se pensar que os burros servem apenas para fins agrícolas? Não serão ainda os burros mais um elemento/variável da complexa equação que é o desenvolvimento da região de Sicó? Ser são, mas infelizmente não há o conhecimento e a sabedoria para transformar este elemento numa mais valia para a região. 
É certo que as terras já não são lavradas com a ajuda do burro, muito embora ainda há poucos anos tenha visto isto mesmo, mas afinal quais são as "utilidades" do burro? 
Quando coloquei as utilidades entre aspas, foi com um propósito, o de marcar que não vejo o burro como uma mercadoria, mas sim como um "parceiro". Tratando bem e respeitando estes (e outros) animais, podemos aprender muito com eles, daí este esclarecimento importante. 
Muitos de vós já ouviram falar dos dois exemplos que agora cito, no entanto é frequente estas questões entrarem por um ouvido e saírem por outro. Falo, claro, de passeios turísticos de burro e terapia com a ajuda destes animais.
Tendo uma região com o potencial turístico que Sicó tem, nada mais natural do que aproveitar mais este recurso, ampliando a escassa oferta turística com os passeios de burro através dos muitos caminhos antigos que por ali há. Tendo cidades próximas, como são o caso de Pombal, Coimbra e Leiria, entre muitas outras localidades, não haveria público para actividades terapêuticas com a ajuda destes animais? Claro que havia, é preciso é pensar as coisas e apoiar. Ainda há algumas pessoas, de idade mais avançada, que teriam todo o prazer em ajudar, caso lhes fosse dada essa possibilidade, infelizmente o conhecimento dos mais velhos é ainda menosprezado em alguns domínios (lembram-se da minha ideia do "estaleiro da sabedoria"?). Pessoas que nem a quarta classe têm dão cartas neste domínio, ensinando inclusive muitos universitários. Se não se aproveitar este conhecimento, ele mais tarde ou mais cedo desaparece e depois nada feito, perdendo-se algo de valor incalculável, o qual é impossível de mensurar.
Deixo-vos então a pensar sobre mais esta questão, aproveitando para divulgar, para quem ainda não conhece, uma Associação que dá cartas nestas questões:

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