31.1.11

Arqueologia medieval, quem sabe?

Aquelas pessoas que conhecem o azinheiragate há mais tempo sabem que um dos objectivos deste blog é o de "construir pontes", não daquelas de madeira, ferro ou betão, mas sim pontes de conhecimento. Esta sempre foi uma das minhas prioridades porque sei a falta que estas "pontes" faltam.
Desta vez o que me leva a escrever um comentário é diferente do "normal". Basicamente o que pretendo com este comentário é saber se há alguém entre vós que saiba sobre arqueologia medieval, ou então que conheça alguém que saiba de arqueologia medieval. O intuito é o de estabelecer contacto com um investigador que pretende fazer um pequeno projecto ligado à arqueologia medieval numa área específica da região de Sicó, investigador este que me pediu ajuda nesta questão. 
É com todo o gosto que tento ajudar de alguma forma a solucionar esta questão, pois a ideia genérica é bem interessante. Pormenores serão dados apenas e só a quem tiver o conhecimento necessário (arqueologia medieval), pois caso surja alguém farei a ponte entre os dois investigadores. Posso dizer apenas que é um projecto muito peculiar e que não é para aqueles que pensam em dinheiro, mas sim para quem gosta da região de Sicó e quer ajudar a fazer dela uma região reconhecida, pois quem a deveria reconhecer em primeiro lugar não o faz devidamente....
Fica o apelo!

25.1.11

Sicó vista do céu



Lembro-me bem de quando o filme de Yann Arthus, "Home" foi apresentado ao mundo, um filme que foi o seguimento natural do livro "A Terra vista do céu", do mesmo autor. Foi no dia 5 de Junho de 2009, estava eu em Paris (num congresso), onde o filme foi inclusivé projectado ao ar livre em frente à torre Eiffel.
Apesar de não estar aqui para falar deste filme, estou sim para falar da perspectiva que este filme nos mostra, ver as coisas de cima, do céu.
Também a região de Sicó pode ser vista de cima, mas não de avião, pois isso não tem nada de extraordinário, pelo menos de um avião comercial. Isto tudo é basicamente para destacar uma actividade desportiva que é praticada por algumas pessoas de coragem, o parapente.
Já por três vezes tentei um voo de baptismo, duas em Alvaiázere e uma em Ansião, mas infelizmente em nenhuma das ocasiões as condições atmosféricas ajudaram, tendo sido canceladas ambas as actividades. Já várias vezes vi o pessoal a sobrevoar a região de Sicó nos últimos anos, nomeadamente em Alvaiázere e Pombal, é algo que vale a pena ver. Lembro-me particularmente de uma situação em Pombal, quando durante a meia-maratona de Pombal o pessoal do paramotor andava a sobrevoar a cidade durante a prova, penso que foi há uns 3 anos.
Lembro-me também do dia em que tirei a foto que vêm mais acima, pois apesar de já ter tirado mais fotos ao pessoal do parapente que pratica na Serra de Alvaiázere, nunca tinha tirado tantas e boas fotos a um destes desportistas. O praticante que vêm na foto fartou-se de olhar para baixo, já que andava lá eu a tirar a bela da foto, foi uma excelente oportunidade de tirar boas fotos.
O parapente permite uma perspectiva extraordinária sobre a região de Sicó, imagens de rara beleza podem ser observadas através desta actividade desportiva. É uma perspectiva que apenas algumas pessoas têm o privilégio de usufruir.
Sugiro que dêm uma vista de olhos a alguns vídeos que facilmente encontrei no youtube. Apesar de conhecer bem a região de Sicó, estas perspectivas são algo de novo para mim e que surpreendem mesmo os mais conhecedores:






Isto tudo para vos mostrar que há perspectivas que não são percepcionadas por muitas pessoas, algo que restringe a forma de pensar das mesmas. Há que abrir os horizontes e pensar pela nossa cabeça, não pela cabeça dos outros. Na abordagem do nosso território devemos ter em conta as várias perspectivas, pois só assim poderemos pensar o território no seu todo e equacionar as formas mais correctas para que de uma forma sustentada aproveitemos esta nossa bela região.
Ainda não desisti de experimentar o parapente, espero um dia ter a possibilidade de conhecer Sicó de uma perspectiva bem alternativa e emotiva....

19.1.11

O Centro de Interpretação e Museu da Serra de Sicó

Fonte: http://www.cm-pombal.pt

Agora que a obra já foi adjudicada posso então comentar brevemente o projecto do Centro de Interpretação e Museu da Serra de Sicó.
Quanto a mim é o melhor projecto alguma vez pensado para a região de Sicó, no domínio ambiental, sendo um projecto que, quanto a mim, já deveria ter sido equacionado há muitos e muitos anos, já que o potencial da região de Sicó assim o justificaria.
Pode-se dizer, neste caso, que mais vale tarde do que nunca, mas mesmo assim os meus parabéns à Câmara Municipal de Pombal por este notável projecto, o qual prestigia não só Pombal (não apagando os muitos erros a nível ambiental...), mas acima de tudo a região de Sicó (em Pombal também se teima em cultivar a lógica das capelinhas, Sicó não termina nos Ramalhais...).
Á excepção da "Terras de Sicó", considero que todas as outras entidades envolvidas neste projecto são uma garantia de sucesso do mesmo, já que o mais normal neste género de projectos em Portugal é fazer um edifício de depois esquece-se o conteúdo e a sua dinamização. No entanto saliento que uma parceria com a Universidade de Coimbra também seria relevante, já que esta entidade tem já muito trabalho feito no domínio da investigação sobre o Vale dos Poios e em todo o Maciço de Sicó.
Não tenho a mínima dúvida que as parcerias são um garante de sucesso, pois há pessoas de muito valor pessoal e profissional, algo que garante um know-how fundamental para estruturar devidamente o projecto no seu todo.
A localização parece-me acertada, no entanto vou esperar para saber mais pormenores. O facto de se localizar perto do Vale dos Poios é também um factor estruturante, já que esta é, quanto a mim, uma das sete maravilhas naturais da região de Sicó. Depois da estratégia montada poderão finalmente as pessoas visitar esta maravilha, respeitando a capacidade de carga deste local, garantindo assim a sustentabilidade. Até hoje evitei falar abertamente sobre esta maravilha para evitar vandalismo por aquelas paragens. Uma das melhores estratégias para proteger o património é evitar falar dele, infelizmente.
Não posso deixar de notar uma pequena falha, fala-se em acções de conservação da natureza, da biodiversidade e da paisagem, mas falta a base (o "esqueleto") destas, a geodiversidade! Há que começar a incutir um conceito imprescindível no ordenamento e gestão do território, a geodiversidade!.
Não posso também de deixar de falar noutra questão, a das pedreiras da Serra de Sicó, há que começar a pensar seriamente (já deveria ter acontecido há muito tempo...) em discutir abertamente nesta questão tabú, pois não tem lógica ter duas situações antagónicas, de um lado um espaço notável de divulgação do património natural e do outro lado dois enormes buracos no património... Sei que o autarca de Pombal não gosta de falar disto, mas eu faço questão, goste ou não, pois é algo de importante para a região de Sicó.
Fica então esta breve nota sobre algo que interessa a todos aqueles que vivem ou gostam da região de Sicó, ou mesmo aqueles que ainda não visitaram esta região extraordinária.

15.1.11

1º Passeio Micológico de Sicó

Tendo em conta o interesse e mérito da iniciativa, o azinheiragate dá conta de uma actividade a não perder:



No próximo dia 30 de Janeiro, o Grupo Protecção Sicó numa parceria com a EcoFungos, organiza o "1º Passeio Micológico de Sicó".

Venha conhecer alguns recantos da Serra do Sicó e aproveite para aprender as bases para a correcta identificação dos cogumelos que por lá surgem, com a orientação de especialistas.

Não se esqueça de trazer roupa e calçado confortáveis e adequados a passeios no campo, para além da merenda e água. O transporte até ao local do passeio pedestre é por conta dos participantes.

Sócios GPS/EcoFungos - 15 espeleos
Restantes - 18 espeleos

Só são admitidas crianças se acompanhadas por adulto.

Inscrições até ao dia 26 de Janeiro através do email
gps.sico@gmail.com ou do Tlm: 968089459.

Programa:
9h30 - recepção dos participantes junto à Biblioteca Municipal de Pombal
12h30 - almoço livre
16h00 às 18h00 - exposição dos exemplares recolhidos e exercícios práticos de identificação

Organização: Grupo Protecção Sicó e EcoFungos - Associação Micológica
Apoio: Câmara Municipal de Pombal

11.1.11

Uma situação vergonhosa em Penela e Ansião

Estava a ser um fim de semana fantástico, pois tinha acabado de arranjar a minha bicicleta, a qual tinha estado parada durante alguns meses. Sendo eu um apaixonado do BTT e sendo o BTT um dos desportos através do qual se conhece melhor a bela região de Sicó, era por isso mesmo um dia que prometia ser revigorante (não há nada como os ares de Sicó...).
Neste fim-de-semana tive finalmente tempo para dar uma voltinha de BTT, e sendo assim escolhi uma das áreas mais bonitas da região de Sicó, a qual basicamente se prolonga desde a zona indústrial do camporês, até às Taliscas, em Penela. É ainda uma área pouco conhecida, algo que tem tido reflexos muito negativos em termos ambientais, pois apenas é aproveitada para semear chumbo (caçadores) e para o TT destruidor de meia dúzia de saloios...
Foi por mero acaso que decidi passar no local onde me deparei com esta vergonhosa situação, a qual ocorre no limite concelhio entre Ansião e Penela. Basicamente houve um sr. espertinho que pensou que por ser um local ermo poderia fazer ali despejos ilegais de dejectos de uma pecuária (digo eu...), situando-se este cenário já dentro do concelho de Penela.
Será um problema complexo de resolver e dará algumas chatices, isto porque quem despeja estes resíduos tem uma pecuária do lado de Ansião e despeja do lado de Penela, algo que para todos os efeitos prejudica ambos, já que a poluição está a escoar para um curso de água que drena para o Dueça e passa ainda do lado de Ansião. Isto já para não falar da poluição dos aquíferos... Pessoalmente não ligo demasiado a limites administrativos, são basicamente fronteiras falsas que ignoram as verdadeiras fronteiras, as naturais.
Fico muito desiludido e envergonhado com esta situação, não só pelo problema em si, mas também pelo facto de estar à vista que não há fiscalização por estes lados. Do lado de Ansião deveria haver porque a pecuária é "sua" e já houve outros problemas semelhantes. Do lado de Penela, porque já são demasiados casos de falta de fiscalização e interesse em resolver situações que estão longe do olhar da opinião pública, não sendo por isso prioridade. É lamentável que naquela área em particular, haja tantos casos (e não apenas este...) que teimam em não ser resolvidos por Penela. Posso dar vários exemplos disto, várias lixeiras devidamente identificadas que são graves focos de poluição, que andam esquecidas por quem tem responsabilidade em resolver estas situações que nos afectam a todos nós, da região de Sicó.
Uma coisa é certa, por mais que as autarquias façam por mostrar que têm um território bonito, basta uma situação destas para que quando somos visitados o que fique na memória sejam cenários como estes, e não aquilo que as autarquias tentam publicitar de forma pomposa e pouco eficaz. De nada vale ter um pano bonito se por este mesmo pano estiverem várias nódoas, por mais que se tente dobrar o pano para esconder....



Tenho pena ter de publicitar este e outros casos, mas só mesmo denunciando estes casos publicamente é que os nossos governantes se sentem de certa forma envergonhados em ter estes cenários num território que tentam gerir.
Tenho também pena de saber que alguns destes governantes, quando confrontados com estas situações, em vez de começarem logo a tentar resolver estes casos digam que eu digo mal deles, quando afinal estou a denunciar de forma legal e honesta situações embaraçosas, e a criticar apenas e só a atitude, demasiadas vezes passiva, de quem não deveria permitir situações como esta. Felizmente o azinheiragate tem ouvidos em muitos lados, Alvaiázere, Ansião, Pombal, Penela....
Felizmente nem sempre é assim, já que por vezes estes mesmos governantes até ouvem, ponderam e metem mãos à obra, mas são caso raro. Por isso é que o azinheiragate não perde totalmente a esperança em conseguir algumas vitórias.
Por mais que os governantes da região de Sicó estejam habituados a ouvir elogios, terão obrigatoriamente de estar disponíveis a ouvir críticas, pois é através das críticas e dos erros que se podem tornar melhores governantes. Errar é humano, todos erram, até o azinheiragate, mas nem todos reconhecem que erram....
O azinheiragate está cá para elogiar os nossos governantes quando assim se justificar, no entanto dão mais motivos ao azinheiragate para criticar construtivamente do que para elogiar, e é pena que assim seja...
Já o património da região de Sicó só dá motivos para elogiar, divulgar e valorizar, porque será?

6.1.11

Para quando um Centro Ciência Viva do Carvalho Cerquinho na região de Sicó?!

Já fiz uma breve referência a esta ideia, já há 2 anos, mas a sua importância justifica agora uma nota de realce, não esquecendo que estamos em pleno Ano Internacional das Florestas (e ano europeu do voluntariado).
Uma das tristes realidades da região de Sicó, é que tendo muitos recursos não se aproveitam os mesmos, pelo contrários destrói-se, consciente ou inconscientemente estes mesmos recursos, uns identificados, outros não identificados, em busca de um suposto desenvolvimento (quando afinal confunde-se crescimento - que não é por si sustentável - com desenvolvimento - que é por sim sustentável...). Todos temos culpa deste facto, uns por fazerem as coisas por interesse próprio, outros porque não sabem fazer, e outros ainda porque não exigem que se faça.
Somos mesquinhas porque apesar de vermos que as coisas estão mal, pactuamos com esta triste realidade, fingindo que não é conosco, mas sim com o vizinho do lado. É precisamente isto que o azinheiragate tenta reverter, informando as pessoas e com isso tornando-as cidadãos mais informados, capazes de começar a exigir (construtivamente) que se façam coisas diferentes e melhores.
A ideia que destaco agora, já a apresentei oficialmente há 2 anos, mas ninguém, até agora, quis saber. Aposto que se fosse alguém de forma de Portugal a propor o mesmo as coisas já seriam diferentes, pois temos a mania de pensar que só se têm ideias boas lá fora, quando afinal também as temos cá dentro.
Os factos são simples, existe na região de Sicó a maior mancha de carvalho cerquinho da europa, mas infelizmente não existe nada que honre e potencie este recurso fabuloso. Por isso mesmo é que há 2 anos propûs oficialmente a ideia de ponderar a criação de um Centro Ciência Viva do Carvalho Cerquinho.
Apesar deste facto já antes tinha trabalhado no projecto que poderia levar à criação desta mesma infraestrutura, existindo inclusivé o projecto que esteve para ser candidatado a fundos comunitários em conjunto com outras duas infraestruturas (escola da geodiversidade e um espaço de apoio a investigadores que fizessem de Sicó a sua área de trabalho).
Na altura eu baptizei o projecto como escola da biodiversidade, e como poderão observar, este projecto incluia a recuperação de uma antiga escola primária abandonada (Ariques):


O projecto infelizmente não foi avante, por motivos que não importa aqui referir, mas basicamente tem a ver com a política rasca que se faz na região de Sicó.

Assim sendo, lanço o desafio agora à Câmara Municipal de Ansião para a criação de um Centro Ciência Viva do Carvalho Cerquinho. Há pelo menos duas antigas escolas primárias que se podem recuperar e sei que há a capacidade de ir em frente com um projecto deste género. Além disso sei que há a capacidade de fazer algo que corresponda há verdade, pois o que se costuma fazer é recuperar um edifício e baptizá-lo de centro de interpretação, quando afinal isso é na maior parte das vezes uma farsa. Há know-how (Universidades e Centros de Investigação, por exemplo em Coimbra), pessoas interessadas em ajudar gratuitamente e sem dúvida alguma que é um projecto âncora na valorização do património natural da região de Sicó.

Fica então o desafio à Câmara Municipal de Ansião...

2.1.11

Os Gralhos sobre as obras em Ansião...


Pois é, inicio o ano de 2011 com "os gralhos". Os mais atentos irão reparar que estão mais arranjados, pois a exposição mediática exige um certo formalismo destas duas personagens que este ano vão cimentar um espaço que não estava preenchido até à poucos meses na região de Sicó.
O diálogo obviamente que fala por si, e sei que nem todas as pessoas vão compreender bem o que se quer abordar com este diálogo, mas mesmo assim aqui vai algo para nos fazer pensar como as coisas se fazem pelos lados da região de Sicó. Umas fazem-se bem, outras mal e outras assim assim, esta é uma daquelas assim assim.
Como participei numa das sessões da discussão pública do projecto, sei bem do que falo...