26.4.10

Liberdade, libertinagem e património na região de Sicó

Título confuso talvez, mas foi algo que me pareceu adequado tendo em conta o que tenho desta vez para falar....
Ontem foi, em Portugal, um dia especial, comemorou-se o tão importante 25 de Abril de 1974, data em que Portugal retomou o caminho da liberdade. Infelizmente hoje em dia nem tudo corre bem, não só para o país, bem como para o nosso património natural e/ou construído.
Pessoalmente irrita-me haja pessoas que pensem que os que nasceram após o 25 de Abril têm de comemorar da mesma forma, ouvindo as mesmíssimas canções da época, como que se tivéssemos de gostar obrigatoriamente daquelas músicas. Será que ano após ano temos de nos tornar robots e fazer copy paste indefinidamente dos mesmos gestos? Porque não adequar as comemorações às diferentes gerações de forma que as pessoas gostem de comemorar este dia?
Cada um deve comemorar com quem gosta e da forma que gosta, o importante é comemorar!
Indo ao que mais interessa, penso que hoje em dia se confunde liberdade com libertinagem, sendo uma das causas do estado deste país e, em especial, da região de Sicó. Actualmente faz-se da liberdade um subterfúgio para negócios pouco claros do ponto de vista legal. Falo de negócios que têm destruído muito património existente nesta região, algo contra o qual luto frequentemente.
Seria interessante um estudo sobre a nossa visão do património natural e/ou construído antes e após 1974, de forma a ver de uma forma concreta as implicações que estas duas "épocas" tiveram no nosso património. Penso que seria um estudo muito interessante...
Passou-se de um regime ditatorial para um regime democrático, algo a louvar, mas será que correu tudo bem nesta transição que se fez até aos dias de hoje?
Sei de casos ridículos de atentados ao património na região de Sicó antes e depois do 25 de Abril, por isso mesmo é que um estudo sobre o caso seria potencialmente muito interessante. Se antigamente havia muita falta de conhecimento sobre este mesmo património, hoje já não é bem assim, ao invés tenta-se esconder algum deste património porque caso seja descoberto estraga muitos negócios de alguns colarinhos brancos.
Pessoalmente considero que esta democracia está doente e que poucos são os que fazem algo para tentar reverter a situação. Sinto que o meu país e a minha região estão doentes e que até se sabe qual a doença, mas a medicação é que não surge. Enquando isso não acontece as coisas pioram...
Apesar de cada vez menos, denunciar o crime e o ilícito é visto como que uma afronta a certas pessoas, algo que mostra que ser-se um cidadão activo que pugna por uma sociedade democrática quase que não compensa. Talvez seja uma frase forte, esta última, mas é o que a minha experiência pessoal confirma. Exercer a cidadania activa é visto como pouco democrático para alguns...
Algumas pessoas da geração do 25 de Abril fizeram uma democracia à sua medida e têm boas vidas e vidas boas, mas quem veio depois tem a vida mais dificultada no que concerne à fruição de uma democracia que se pretende forte.
Não ligo a política, seja ela qual for, já deixei de acreditar nisso hà muito tempo, mesmo tendo em conta que em 2009 até "brinquei" um bocado neste âmbito. Foi uma experiência interessante e mostrei que os "grandes" não são quem nós muitas vezes pensamos, agem muitas vezes de forma irracional e de forma infantil, não são pessoas que estejam no pedestal por mérito, mas sim por interesse...
Resumindo este meu comentário diferente do costume, o património anda a perder muito com esta democracia doente, na qual alguns de servem da política para ganharem muito dinheiro, mesmo que isso destrua irremediavelmente muito do património da região de Sicó, bem como de outras regiões. Eu continuarei por cá para lhes fazer frente...

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