24.2.10

Regresso às origens


Hoje tinha outro tema para falar, aliás tenho vários temas em espera, mas lembrei-me de falar especificamente neste de forma a fugir um bocadinho ao "normal". Apesar deste facto é também uma questão muito importante e por isso a inclusão do mesmo no azinheiragate.
Já falei na questão da mobilidade na região de Sicó, mas nunca neste prisma, por isso penso que alguns até vão considerar este comentário como potencialmente interessante.
Há algumas semanas comecei a questionar a possibilidade de ajustar ainda mais as minhas necessidades de mobilidade às necessidades de uma cada vez maior redução do dito automóvel, muito embora eu só o utilize quando é efectivamente necessário, não sendo daqueles que para andar meras centenas de metros utiliza o carro.
Além disso, como ando bastante de comboio, faz-me falta algo que agilize a minha mobilidade e para isso uma bicicleta articulada é o ideal, já que uma bicicleta normal dificilmente a conseguimos transportar no comboio. Desta forma podemos fazer uso de uma bicicleta articulada quando vamos para o trabalho na nossa região, podendo deixar o carro longe do centro das nossas vilas (para quem aqui trabalha, obviamente) e pegar na bicicleta articulada que transportamos comodamente na bagageira. Assim além de evitarmos o congestionamento em muitos locais, promovemos uma saúde e ambiente mais equilibrados.
Podemos também utilizar a bicicleta noutras pequenas deslocações, dentro ou fora dos perímetros urbanos, já que facilmente fazemos 2 ou 3 km numa bicicleta deste género. Isto não esquecendo que quando tivermos de ir para outras regiões do país, utilizando o comboio, podemos também levar comodamente a nossa bicicleta debaixo do braço, literalmente, e chegados ao destino pegar nela e fazer pequenos troços, já que há casos em que isso é plausível.
Apesar de o carro ser ainda visto como "estatuto", pelo menos no nosso país, já se vão vendo alguns exemplos como os que atrás descrevo, levar a bina atrás de nós.
Esta questão das bicicletas articuladas, além da sua importância enquanto vertente ambiental, e não só, tem também, pelo menos para mim, um valor fenomenal, já que foi há quase duas décadas de aprendi a andar de bicicleta, precisamente numa bicicleta articulada. Lembro-me apenas que era verde, não era minha e que parti o quadro dela duas vezes a andar nos saltos, com a tábuazinha a fazer de rampa...
Neste momento, em que irei ter necessidade de ajustar as minhas necessidades de mobilidade, estou mesmo a pensar em comprar uma bicicleta do género que a foto documenta, pois encaixa perfeitamente nas minhas necessidades, não só para fazer pequenos trajectos, complementares ou não, na região de Sicó e também trajectos complementares em viagens que semanalmente faço quando vou para fora da região por motivos profissionais.
O facto de ter aqui "publicitado" esta bicicleta em especial tem apenas a ver com uma preferência minha pelo modelo e pela marca portuguesa (prefiro sempre produtos portugueses, embora a terceira bicicleta que tive e ainda tenho seja de marca estrangeira). Não tenho contrapartidas por publicitar de alguma forma esta marca e modelo, o meu interesse é apenas enquanto modelo ilustrativo (muito embora tenha pedido informações ao fabricante de um modelo similar, ao qual ainda não tive resposta).
Tendo em conta tudo o que atrás descrevo, peço-vos para ponderarem bem esta questão e vejam como a vida pode ser bem mais simples e divertida se fizermos algo do género, o ambiente agradece e quem ganha somos todos nós, já que ao termos atitudes pró-activas em termos ambientais estamos a cuidar acima de tudo de nós e do nosso futuro.

16.2.10

Empresa de obras públicas enterra alcatrão sob importante aquífero


Este é um daqueles comentários que vai incomodar muito a empresa visada, mas afinal eu estou aqui apenas para denunciar legalmente e construtivamente casos graves que atentam contra o nosso património.
Curiosamente conheço, de vista, o dono da empresa, não tenho nada contra o mesmo, mas isso não me impede de denunciar um caso tão grave. Além disso não devemos misturar alhos com bogalhos, pois pessoalmente eu separo as coisas. Por vezes acontecia que quem denunciava ficava quase como que o "mau da fita", mas afinal os tempos são outros, a informação é cada vez maior e cada vez mais a sociedade apoia quem denuncia casos como este, ficando apenas como "mau da fita" quem prevarica.
Há também casos em que a opinião pública não liga a este tipo de casos porque não a afecta de algum modo, mas este é precisamente um caso oposto, afecta todos e não apenas alguns.
O que está aqui em causa é apenas a atitude negativa desta empresa, pois por vezes somos mal compreendidos quando denunciamos certas situações na nossa terra, sendo desta forma uma questão que mexe mais conosco.
O caso que agora vou relatar teve o seu início à alguns anos, tendo agora novos desenvolvimentos e com a agravante de ser reincidente, mas vamos aos factos.
Foi já depois de 2000 que a empresa Elimur - Sociedade de Construções Lda, construiu um segundo estaleiro numa área "remota", mas numa área de Reserva Ecológica Nacional, sendo, por isso uma grave ilegalidade. Esta empresa fez um desaterro e aterro, duas coisas que a lei não permitia. Na altura ainda não tinha terminado a licenciatura, mas já percebia que ali havia qualquer coisa que não batia certo, tendo ido uma primeira vez aos serviços da Câmara Municipal de Ansião consultar o Plano Director Municipal. Dessa vez fiquei a perceber a ilegalidade, mas não me foi prestada a devida atenção. Pouco tempo após esta primeira consulta ao PDM, voltei de novo e desta vez lá fui endereçado a um Eng.º para esclarecimentos, mas infelizmente a resposta não foi a melhor, havia um evidente desinteresse pela questão, afinal eu era um mero cidadão e do outro lado estava uma empresa conhecida do concelho de Ansião.
Não demorou muito tempo, já com a licenciatura acabada (2004) que fiz uma denúncia devidamente justificada do ponto de vista técnico, tendo-a entregue num dos locais possíveis, de forma a ser entregue à SEPNA.
Meses mais tarde soube que a empresa tinha sido multada em alguns milhares de euros, não sabendo ao certo a quantia. Nessa altura, ainda um bocado ignorante, pensei que a situação estava resolvida, mas o estaleiro continuava lá e parecia que a multa não tinha sido persuasiva. Infelizmente, em Portugal, acontece muito disto, comete-se um crime ambiental grave, paga-se a multa e fica tudo na mesma, compensando a atitude prevaricadora das empresas que têm este tipo de atitudes nada amigas dos Instrumentos de Gestão Territorial que nos deviam dar garantias.

Já recentemente, aconteceram os factos que me levam então a escrever este comentário, esta mesma empresa, além de continuar a expandir o seu estaleiro, em clara inconformidade com o PDM legalmente instituído, decidiu que seria mais correcto enterrar dezenas de toneladas de alcatrão em vez de o enviar para reprocessamento e posterior utilização no asfaltamento de novas vias de comunicação (algo que muitas empresas fazem de boa vontade). Isto, como todos devem compreender já é algo de grave, mas o mais grave está ainda para vir.
Exactamente por debaixo deste estaleiro, onde foi enterrado o alcatrão (várias dezenas de toneladas) e onde há sempre algumas fugas de óleo da maquinaria ali estacionada, existe a pouca profundidade um aquífero, curiosamente o aquífero onde a Câmara Municipal de Ansião tem uma captação que durante décadas serviu os ansianenses, sendo neste momento uma reserva estratégica de água para utilizar em épocas de maior necessidade.
Sabendo que esta é uma reserva de água muito importante e que nos calcários a poluição chega muito facilmente aos aquíferos, como é afinal este caso, imaginem as consequências de se enterrar toneladas de poluentes precisamente em cima deste local... Infelizmente foi esta a atitude da empresa em causa, atitude que poderá ter consequências legais para a mesma, pois já são dois crimes ambientais, a reincidência da questão do estaleiro (propriamente dito) e o enterro do alcatrão.
Vejam a próxima figura e pensem agora se não deveremos exigir responsabilidade social, e não apenas ambiental, a empresas como esta, se deveremos ficar calados e receosos de fazer valer os direitos que a Constuição nos confere na defesa de valores como este, a integridade de um aquífero:

Figura 1 – Interligação entre a componente superficial e a componente subterrânea do carso.
(Fonte: http://www.dpiw.tas.gov.au/inter.nsf/Attachments/SJON-5MD73U/$FILE/MoleCreekCaves.pdf)
Eu prefiro denunciar legalmente e de forma construtiva, sem receio algum, pois afinal estou a fazer valer os meus direitos e a defender os direitos de todos nós, sem que ofenda ou tenha algum intuito parcial. Cidadania é o que se chama a isto, espero que muitos sigam este exemplo.
Neste momento uma das coisas que se pode exigir é que o aquífero seja monitorizado de forma a ver de que modo é que a qualidade da água já terá sido afectada, é algo de básico e que é necessário para vermos o que se poderá fazer para proteger este aquífero. Resta saber se a qualidade da água já se perdeu por muitas décadas, pois depois de um aquífero estar poluído....
Outra coisa que se pode fazer imediatamente é fazer com que a empresa retire todo aquele alcatrão e o envie para reprocessamento, afinal tem meios para o fazer.

Voltando agora à questão do estaleiro propriamente dito, infelizmente temo que este seja legalizado na revisão do PDM, algo que será o mais provável e que mostra que prevaricar compensa. Quem perde somos todos nós, quem ganha não sou eu concerteza, eu apenas denuncio tentando resolver de alguma forma esta gravíssima ilegalidade.



Tenho pena que um dos critérios de escolha nas adjudicações de empresas de obras públicas não seja um dos parâmetros a ter mais em conta, esperando eu que a empresa visada encete pelo caminho da legalidade, já que esta tem todos os meios necessários para a prossecução de medidas efectivas que visem contrariar este tipo de comportamento inaceitável.

Lembro também a empresas como esta que hoje em dia não há justificação para casos como este, já que já há muitas formas de resolver estas questões, seja pela reciclagem (no caso o reprocessamento do alcatrão) ou pelo encaminhamento temporário deste género de resíduos perigosos para outros locais.

Uma boa atitude pode passar pela mudança de paradigmas, pois é possível ter-se uma empresa neste ramo e ter-se um bom ranking a nível ambiental . A Elimur terá muito mais a ganhar se pautar o seu comportamento ambiental por atitudes pró-activas, defendendo acima de tudo a nossa qualidade de vida, pois por mais mal que façamos ao planeta ele continuará, ao contrário de nós...

No que me toca estou sempre disponível para ajudar de alguma forma as empresas da região, de forma a evitar este tipo de situações.

11.2.10

Concurso Diários da Biodiversidade



Há momentos em que prescindo das minhas palavras, pois o assunto que quero divulgar é bem mais importante que a maior parte dos meus comentários. Este é um desses momentos, o concurso que divulgo agora é pensado para a juventude de Portugal, pensando eu especialmente na juventude da Região de Sicó, região na qual se pode encontrar muita "matéria-prima" para utilizar neste concurso. A educação ambiental é uma das minhas prioridades, a promoção da biodiversidade também (muito embora eu não a divulgue tanto quanto queria).
Sem mais palavras segue-se o conteúdo que pretendo ajudar a divulgar:

«Diários da Biodiversidade

CONCURSO

Para assinalar o Ano Internacional da Biodiversidade que se comemora em 2010, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra promove, para crianças e jovens até aos 18 anos residentes em Portugal, o concurso Diários da Biodiversidade. O objectivo desta iniciativa é não só desenvolver o gosto e o interesse de jovens e crianças pelas Ciências da Vida, mas principalmente sensibilizar as novas gerações para a questão da conservação da natureza e da biodiversidade e para o problema da gestão sustentável de espécies e habitats naturais da fauna e da flora no nosso planeta.
O concurso Diários da Biodiversidade convida os jovens e as crianças residentes em Portugal ao contacto directo com a natureza e à observação de seres vivos que tanto podem ser animais como plantas ou mesmo fungos.Tal como fez Darwin durante a sua viagem no Beagle há quase dois séculos, os participantes no concurso Diários da Biodiversidade irão elaborar um diário em formato de caderno de anotações no qual descreverão os seres vivos que vão procurando e encontrando ao longo de um período que pode ir de um mês a quase um ano, identificando as características que considerem mais importantes por meio de textos, ilustrações, fotos ou outros meios. Para mais informações sobre o concurso, é favor consultar o REGULAMENTO »

Fonte: http://www.museudaciencia.pt/index.php?iAction=Actividades&iArea=5&iId=169

6.2.10

Uma floresta (des)encantada em Pombal

Bem pertinho de uma aldeia turística (aldeia do Vale), situa-se uma floresta muito peculiar, tem "espécimes" que, de facto, não se enquadram muito bem neste carvalhal. É uma triste sina também da região de Sicó, sucatas ilegais que além de serem algo de ilegal poluem o nosso carso, contribuindo não só para a má imagem da região mas também para a imagem de quem nos (des)governa.
É certo que se este espaço natural "perturbado" se situasse nas imediações da casa de algum Lic. (e não Dr.) ou Eng. afecto aos meandros de quem nos governa a situação nunca existiria, mas afinal este mau exemplo situa-se longe da vista de "todos" e nas imediações de casas de pessoas modestas que muitas vezes se resignam a este género de situações. Tenho pena, sinceramente, que muitas pessoas não saibam dos seus direitos nem saibam sequer como os podem fazer valer, pois basta saber denunciar para acabar com muitos dos maus exemplos que por esta região vemos em locais muitas vezes inesperados.
As imagens falam por si, que mais dizer?!



Daqui a poucos dias irei mostrar outro mau exemplo, mas noutro concelho, o qual tem a agravante de ser reincidente e agora estar a colocar em risco uma reserva de água estratégica, reserva esta que é preciosa não só para pessoas modestas mas também para alguns Lic. e Eng.. Estou curioso para ver as reacções das pessoas e, em especial, da empresa de obras públicas que está a causar esta grave ameaça....

3.2.10

Quintas com História: o "fechar" de um ciclo notável

Com tanto trabalho confesso que me esqueci de colocar aqui atempadamente esta nota sobre uma actividade que já aqui falei, as Quintas com História, realizadas pela Albaiaz - Associação de Defesa do Património.
No final do ano passado publicitei a visita a uma Quinta de Ansião, e agora publicito a visita à Quinta da Cortiça, em Alvaiázere, uma visita que fecha o excelente ciclo de visitas a Quintas com História, algumas da região de Sicó. É mais uma actividade que pretende mostrar o notável património construído que muitas vezes desconhecemos na nossa própria região, presenteado por uma Associação que dá cartas na divulgação do património.
Esta visita irá realizar-se no próximo dia 6 de Fevereiro:
«No próximo dia 06 de Fevereiro de 2010, a Al-Baiäz - Associação de Defesa do Património vai concluir o seu programa "Quintas com História" visitando a Quinta da Cortiça, concelho de Alvaiázere, uma quinta com séculos de história.Para nos falar sobre a história e a memória desta Quinta temos como guias, o proprietário, Eng. José Lebre e a Dr.ª Catarina Mendes.Em face do grande número de pessoas interessadas nesta visita e tendo em conta o limite máximo de participações (20), não guardem para o último dia a vossa inscrição


Desculpem a má definição da imagem, mas foi o melhor que consegui fazer para colocar aqui. Mesmo assim penso que dá para ler minimamente e retirar alguma informação pertinente. Caso façam questão, posso enviar-vos o ficheiro word ou posso converter para pdf, basta pedirem-me que eu trato disso.