23.8.09

Lançamento virtual de percurso pedestre!

Numa altura em que muitos estão de férias, em que alguns aproveitam para conhecer o vasto património da região (ou não), importa continuar a promover o património, podendo este ser património natural ou cultural.

Numa altura em que algum deste património está em risco, devido a interesses económicos depredatórios, urge divulgar a valiosa herança deste território. Refiro-me, neste caso, especificamente à ameaça que tem colocado em causa o património natural e cultural da área da Boca da Mata e do Sobral Chão, em Alvaiázere, onde uma pedreira tem ameaçado não só o património local (por ex. na década de 90 do séc XX destruiu várias pegadas de dinossáurios) mas também a qualidade de vida das populações ali residentes, as quais vivem literalmente a escassos metros de uma pedreira que quer duplicar a sua área. Isto quando esta mesma indústria extractiva está rodeada por casas em todas as direcções, já para não falar na ilegalidade de estar já há vários meses em situação de incumprimento do Plano Director Municipal…

Este caso já chegou à televisão (SIC e RTP) e levantou polémicas muito fortes, felizmente que os habitantes locais conseguiram mexer-se com vista à não autorização do projecto de ampliação da referida pedreira, algo que não está de forma alguma garantido. Curiosamente, ou não, uma das personagens polémicas neste processo é o meu amigo Tito Morgado, autarca que deveria estar ao lado das populações mas afinal defende com “unhas e dentes” a pedreira, algo de inaceitável e que não surpreende, de todo. Quando a SIC esteve em Alvaiázere, este autarca disse a um dos habitantes locais algo de inacreditável, que não conhecia nenhuma pedreira em fora da Rede Natura 2000, afirmação apenas possível devido à sua iliteracia cultural.

Não querendo entrar mais na história (já o fiz há tempos atrás), já que não é este o motivo principal que me leva a escrever mais este comentário, quero sim dar a conhecer as maravilhas que podemos encontrar neste local, mostrando que é possível criar emprego sem destruir o património, que é possível gerir um território sem que o façamos de forma depredatória.

Para isso faço aqui em primeira mão o lançamento virtual de um percurso pedestre que elaborei no decorrer de um trabalho de investigação naquela área. Apesar de não ser possível fazer todo o percurso a pé, boa parte dele consegue-se fazer sem problema algum, ficando a conhecer desta forma a riqueza daquela área.


Através desta brochura que elaborei (frente e verso desdobráveis), é fácil ir ao local e visitar tudo o que de valor esta área tem. Lembro apenas, para os menos atentos, que esta informação que agora vos divulgo está sujeita a direitos de autor e por isso não poderá de forma alguma ser aproveitada por outros para fins comerciais (apenas fins académicos), não apenas por mim ou pela Universidade de Lisboa mas também pelo facto de a cartografia utilizada neste trabalho académico estar sujeita a direitos de autor. Aproveitem e passem pelo site do Instituto Geográfico do Exército (IGEOE), onde podem conhecer as maravilhas da cartografia portuguesa (já foi a melhor do mundo…) e quem sabe comprar a bela da carta militar para utilizarem nas vossas aventuras, é um instrumento essencial para os aventureiros.

Para finalizar, se calhar agora alguns de vós questionam o facto do porquê este percurso pedestre não estar em funcionamento, já que basta apenas marcar o percurso e limpar um pequeno troço, tudo o resto está feito. A resposta é infelizmente simples e preocupante, o autarca local não o quer implementado, não sei se é por ter sido eu a elaborar este percurso geoturístico (bem como outros…) ou por outras razões, penso que o melhor é mesmo perguntarem a esta individualidade política.

Espero que alguns de vós façam proveito deste belo percurso pedestre, acreditem que tem muito potencial. Em 2008 fez-se parte deste percurso em duas acções da geologia no verão e as pessoas ficaram bem impressionadas com este cantinho de Alvaiázere…

Ah, e se forem visitar este local levem farnel, ali têm uma bela oportunidade de degustar alimentos (podem sempre comprar uns petiscos regionais) contemplando um cenário extremamente belo com uma bela sombrinha!

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